A política monetária, na avaliação do presidente da CNI, tem de responder de maneira mais rápida a esse quadro para evitar o agravamento da situação
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, pediu mais agilidade do Banco Central em suas ações para evitar o agravamento da crise no Brasil, especialmente na redução da taxa de juros Selic. Ele disse que há espaço para que a taxa de juros Selic chegue a um dígito, ainda no primeiro semestre.
“Vivemos um quadro contundente, de redução muito forte da atividade econômica. Por que a política monetária está tão atrasada em relação a esse processo?”, questionou Armando Monteiro Neto. A política monetária, na avaliação do presidente da CNI, tem de responder de maneira mais rápida a esse quadro para evitar o agravamento da situação.
“O que isso significa: esperar pela próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) para fazer uma redução da taxa de juros? É razoável imaginar que o país possa esperar por isso? No resto do mundo, os países estão agindo celeremente, com a política monetária sendo calibrada muito mais próxima dos fatos econômicos.”
Para o presidente da CNI, o Banco Central está em outra cadência, “dançando num ritmo muito diferente da nossa economia. É preciso um movimento mais ágil”, afirmou em entrevista coletiva durante a divulgação dos Indicadores Industriais CNI, na sede da entidade, em Brasília.
Armando Monteiro previu que, no Brasil, os efeitos da crise vão perdurar até o final do primeiro trimestre. Lembrou, contudo, que no Fórum Mundial, encerrado no último domingo, em Davos, economistas de vários países disseram que a crise poderá durar anos e não apenas meses, principalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão.
Em relação aos países emergentes, onde se enquadra o Brasil, não haverá queda do Produto Interno Bruto forte, mas apenas desaceleração. O Brasil, pelos cálculos da CNI, terá um crescimento ao redor de 2%.
Mais informações: www.agenciacni.org.br
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