O valor não inclui a destruição das câmaras frigoríficas. Nem as cargas perdidas por agroindústrias exportadoras
O incêndio no Iceport provocou um prejuízo que pode chegar a US$ 15 milhões, estima o superintendente do terminal de Itajaí, que integra o complexo portuário do Itajaí-Açu, Antônio Ayres dos Santos Júnior.
O valor não inclui a destruição das câmaras frigoríficas. Nem as cargas perdidas por agroindústrias exportadoras, que estavam estocadas no terminal frigorífico. Ontem, nenhuma das empresas ouvidas pela reportagem do DC soube estimar o volume dos prejuízos.
O Iceport armazenava 14 mil toneladas de congelados, entre carnes bovinas e de aves, 78% da sua capacidade total, que é de 18 mil toneladas.
O superintendente destacou que o prejuízo operacional foi muito maior que o de alimentos, porque toda a cadeia logística saiu prejudicada.
Os produtos seriam embarcados para o mercado externo: Ásia, Europa, Estados Unidos e Oriente Médio, que não receberão os produtos no prazo combinado.
Para dar uma dimensão do problema, apenas em outubro, foram embarcados 4.255 contêineres pela Portonave, um saldo 40% maior que o registrado em setembro.
Meta para o ano ficou complicada
– É grave o acidente e com repercussões ruins num momento em que o Porto de Itajaí (que fica na margem oposta do rio) se recupera da enchente. Prejudica muito a imagem. Agora que o porto estava retomando o volume de exportações, sofre mais um baque com esse incêndio – destaca o superintendente Ayres.
O Iceport foi inaugurado em agosto do ano passado. A expectativa da Portonave, onde o frigorífico está localizado, era movimentar até 410 mil TEUs (unidade padrão de medida para os contêineres no transporte de cargas) até o final do ano. Com a perda provocada pelo incêndio de ontem, não se sabe se a previsão continua.
A Portonave é o primeiro terminal privado do país e é considerado um dos mais modernos. Ayres lembrou que o terminal de Navegantes está com movimentação superior à do Porto de Itajaí, atingindo quase o mesmo volume registrado no ano passado em todo o complexo portuário, antes da enchente.
Em outubro, foram movimentados 51,5 mil TEUs na Portonave, 57% a mais que o mês anterior e um recorde em dois anos de operação. O terminal de Itajaí somou apenas 20 mil TEUs. No mesmo período, passaram pela Portonave 30,9 mil contêineres, 52% a mais que setembro.
O aumento se deve ao restabelecimento do canal de acesso ao complexo, assoreado após a enchente.
A baixa do dólar também acabou impulsionando as importações, que aumentaram 61% (7,5 mil contêineres) em relação ao mesmo mês no ano passado.
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