Pesquisa elaborada pela Fundação COGE revela que, somente no ano passado, os 851 acidentes com eletricitários gastaram o equivalente à construção de nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH's)
Evitar acidentes de trabalho no setor elétrico é uma das principais metas do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. Somente no ano de 2008, ocorreram 851 acidentes de trabalho com afastamento, sendo 15 desses fatais, de acordo com a última pesquisa realizada pela Fundação COGE (Funcoge), nas empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, que reúnem mais de 100 mil funcionários.
Carlos Reis, presidente do Sindicato dos Eletricitários, afirma que esse é um número muito alto, levando em consideração os equipamentos e proteção individual e treinamentos existentes ao alcance das empresas e trabalhadores. “Precisamos verificar se as companhias realmente fazem investimentos na segurança dos seus funcionários”, expõe. As ocorrências fatais, por exemplo, apresentam três principais causas: origem elétrica, queda e acidente de trânsito. Com procedimentos técnicos, essa poderiam ser evitadas.
Um fator que aumenta as chances de acidentes é o excesso de trabalho, pois as regiões a serem atendidas são grandes. “Para suprir a demanda de serviço, sobrecarregam os trabalhadores com longas jornadas”, exemplifica.
É grande a responsabilidade das empresas sobre a segurança de seus funcionários. “É sua a obrigação orientá-los e fornecer os equipamentos necessários”, explica Reis, “porém, precisam cumprir com as exigências de segurança para que não ocorram acidentes, mas os trabalhadores também”, conclui.
Além dos prejuízos à saúde, a pesquisa do Funcoge mostra que esses acidentes causam perdas financeiras altíssimas. Somente em 2008, foram gastos mais de R$595 milhões, valor suficiente para construção de 2.127 km de linhas de transmissão, em 230 kV, circuito simples, ou ainda a construção de nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) de 30 megawatts (MW), que atenderiam à demanda de mais de um milhão de habitantes.
Por: Bruno Martins – Redação Portal Transporta Brasil
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